Mostra da artista manauara, radicada em São Paulo, integra a programação dos 20 anos do Centro de Artes Visuais e propõe um reencontro simbólico com origens e territórios afetivos
FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia CriativaA abertura da exposição individual “Sesá Ixé: Olhar Eu”, da artista visual Auá Mendes, transformou a noite de quarta-feira (09/07) em um potente encontro de arte, ancestralidade e identidade na Galeria do Largo, localizada no Centro Histórico de Manaus. A mostra é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, com apoio da Converse Brasil; e curadoria de Cléia Viana e Vera Nunes.
A mostra integra a programação especial de celebração pelos 20 anos do Centro de Artes Visuais da Galeria do Largo, um dos principais espaços expositivos da capital amazonense.
Assinada por Auá Mendes, artista visual manauara radicada em São Paulo, e com curadoria de Cléia Viana, a exposição propõe um olhar íntimo e ao mesmo tempo coletivo, onde o “eu” (ixé, em Nheengatu) se revela como um ponto de reconexão com ancestralidades e territórios simbólicos.
FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia CriativaA artista conta que a exposição é a realização de um sonho e, também, uma espécie de retorno afetivo à cidade onde nasceu e iniciou sua trajetória.
“Essa exposição nasce de um desejo e um sonho que era fazer minha primeira individual. Eu tive um outro sonho que era trazê-la para minha cidade, de onde eu nasci, né? Então fazer parte disso acaba sendo uma concretização desses sonhos e dessas vivências nas quais eu fiz parte”, afirma Auá.
A noite também foi marcada por depoimentos do público, que destacou a força representativa da exposição e que enfatizou a importância da arte como ferramenta de reconexão com a ancestralidade local.
A estudante Yasmin Vieira foi prestigiar a exposição e ficou encantada com as cores, as representações e a questão da ancestralidade. “Esse é o convite que a exposição traz para a gente: vamos atrás das nossas ancestralidades. A gente está na cidade, mas isso não separa a gente dos povos da floresta, dos quilombolas. Está tudo conectado”, declarou.
FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia CriativaMais do que uma celebração artística, “Sesá Ixé” reafirma o papel da arte como instrumento de escuta, pertencimento e resistência. A artista, com nove anos de carreira entre o design e as artes visuais, pretende seguir levando a exposição a outros estados do Brasil, e quem sabe, ao mundo.
A exposição “Sesá Ixé: Olhar Eu” segue até o dia 14 de setembro, na Galeria do Largo, localizada na rua Costa Azevedo, 290, Centro. A visitação está aberta sempre de quarta-feira a domingo, das 15h às 20h, de forma gratuita e faz parte da programação especial em comemoração aos 20 anos do Centro de Artes Visuais da Galeria do Largo.
A Galeria do Largo segue com uma programação especial e variada ao longo do ano, reforçando seu papel como vitrine da arte contemporânea amazônica e como espaço de memória afetiva para artistas que, como Auá, transformam suas histórias em caminhos coletivos.